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TESTE: VOLKSWAGEN T-CROSS 1.4 HIGHLINE PEGOU O BONDE ANDANDO E QUER SENTAR NA JANELA - jordan - 25-02-2019

Primeiro SUV compacto nacional da montadora alemã chega para peitar Jeep Renegade, Hyundai Creta, Ford EcoSport e Honda HR-V - e tem fôlego para isso



A diferença de idade entre o T-Cross e o EcoSport é enorme. O Ford ditou as primeiras regras para que um carro entrasse no clube dos utilitários compactos no Brasil. Mas, dormiu no ponto e deixou essas diretrizes serem atualizadas por rivais bem mais competitivos. Jeep Renegade, Honda HR-V, Nissan Kicks… exemplos não faltam.

Quando o assunto é sucesso de público, existe outro abismo entre o Volkswagen novato e o Hyundai Creta. É que o sul-coreano fabricado no Brasil caiu tanto no gosto dos brasileiros que terminou 2018 como o SUV compacto mais vendido do Brasil. Ou seja: o Creta é o novo EcoSport.

E só depois de tudo isso é que a Volkswagen pode dizer que tem um SUV compacto nacional pronto para entrar na disputa pela liderança no segmento mais aquecido do mercado brasileiro. A meta é ousada - vender entre 4 mil e 5 mil unidades por mês-, mas o T-Cross chega com qualidades suficientes para chegar lá.

[Imagem: cam5939.jpg]

Primeiras impressões

Ele levou a sério a ideia de ser um carro compacto: é o menor entre os principais rivais da categoria. São 4,19 metros de comprimento e 1,56 metro de altura. Mas, o T-Cross é um dos mais espaçosos, graças aos 2,65 metros de distância entre o eixo dianteiro e o traseiro. É o maior entre-eixos entre os concorrentes mais competitivos.

O resultado é um carro com bom espaço no banco de trás para duas pessoas, mesmo as mais altas. Um terceiro passageiro viaja com certo conforto no meio porque o duto central não é dos mais altos. Mas, bem que o assoalho poderia ser plano, como o do HR-V. Até porque o duto é um espaço utilizado para para o eixo cardã tracionar as rodas traseiras - o T-Cross tem sempre tração dianteira.

[Imagem: cam5463.jpg]

No entanto, parece que o Volkswagen decidiu homenagear o EcoSport naquele que é um dos principais pontos negativos do veterano: o tamanho do porta-malas. São 373 litros do novato contra 356 litros do Eco. O T-Cross até oferece mais espaço para bagagens que o Renegade - outro SUV que não é referência para famílias que viajam com muitas malas, mas perde para o HR-V (437 litros) e Creta (431 litros).

[Imagem: cam5510.jpg]

Para amenizar isso, a montadora criou um sistema que permite ajustar o encosto da segunda fileira de bancos em uma posição mais ereta (e menos confortável para quem viaja ali). O sistema é simples de usar: basta soltar a trava que permite rebater o encosto, abaixar uma peça metálica que fica presa na carroceria e voltar o encosto para a posição normal. Essa funcionalidade é de série em todas as versões.

[Imagem: t-cross5.jpg]

Itens de série

Montado sobre a mesma plataforma da dupla Polo e Virtus, o T-Cross empresta outros elementos do hatch e do sedã. Alguns são elogiáveis, outros, nem tanto.

É o caso do revestimento interno. À primeira vista, a versão que avaliamos (Highline 250 TSI, com motor 1.4 turbo, de R$ 109.990) parece ter uma cabine refinada porque a peça central do painel é colorida, seguindo o mesmo tom da carroceria.

Mas, um olhar mais minucioso, que as fotos divulgadas pela Volkswagen não mostram, revela que praticamente toda a cabine é revestida de plástico rígido. Pode procurar por materiais emborrachados, como os vistos no Honda HR-V, por exemplo: não há. Apesar disso, os encaixes das peças são precisos.

[Imagem: t-cross4.jpg]

O que compensa um pouco isso é a tela multimídia de 8 polegadas e o quadro de instrumentos 100% digital, ambos vendidos sempre como opcionais e em um único kit. Além de modernizarem o visual da cabine, eles são intuitivos e têm boas funções para o motorista e o passageiro. Se fizer questão disso, porém, prepare o bolso: são R$ 4 mil a mais no kit Innovation, exclusivo da versão topo de linha do SUV. Se quiser teto solar panorâmico, serão mais R$ 4.800 em opcionais.

A versão topo com todos os opcionais, como o carro da foto, passa um pouco do ponto e chega aos R$ 125 mil. Mas, tem como diferenciais faróis 100% de LED, sistema de som premium da marca Beats, seletor de modos de condução, sistema start/stop e chave presencial. Há, ainda, sistema que coloca e tira o carro de vagas perpendiculares ou paralelas. Mas, o tradicional freio de mão bem que poderia ter sido substituído por um eletrônico, como fizeram a Jeep e a Honda nesse segmento.

Vale destacar que o pacote de segurança é sempre completo no T-Cross: são 6 airbags em todas as versões (dois dianteiros, dois laterais e dois de cortina), além de freios a disco nas 4 rodas (alguns rivais ainda têm freios a tambor na traseria) e controles de tração e estabilidade.

[Imagem: t-cross8.jpg]

Impressões ao dirigir

A principal cartada do T-Cross contra os rivais está debaixo do capô. É que ele vem sempre equipado com motor turbo, independentemente da versão. Nesse primeiro momento, a Volkswagen só disponibilizou a versão topo de linha, que é a única com o motor mais forte, para os testes.

O 1.4 turbo é o mesmo do Golf, sem qualquer alteração mecânica. São 150 cv e 25,5 kgfm, mais do que suficiente para dar bom fôlego ao carro de 1.292 kg. O T-Cross é um SUV ágil nessa configuração mais cara porque o torque máximo chega desde os 1.500 rpm. Além disso, o câmbio automático de seis velocidades (única opção da configuração 1.4) faz trocas rápidas e bastante suaves. Além disso, nesta versão há aletas para trocas de marchas atrás do volante.

Segundo a VW, o 0 a 100 km/h é feito em 8,7 segundos. Já o consumo é de 7,7 km/l na cidade e 9,3 km/l na estrada com etanol. Com gasolina no tanque, as médias sobem para 11 km/l e 13 km/l, respectivamente.

O conjunto de suspensão segue rigorosamente a cartilha alemã: é firme, mas absorve as irregularidades do solo a ponto de não incomodar a coluna de quem viaja no carro. Também por ser um SUV mais baixo que os rivais, é bastante estável em curvas.

[Imagem: cam5937.jpg]

Vale a compra?

Sim. Quem apenas analisar os valores cobrados pelo carro tem razão em afirmar que ele é um modelo caro. Mas, ao analisar os preços de tabela da concorrência, fica claro que o T-Cross apenas segue a faixa de preços desse segmento. Quem quiser um SUV compacto zero km hoje em dia terá que desembolsar muito dinheiro.

Dito isso, o T-Cross fez a lição de casa e chegou com bons trunfos para peitar a disputada concorrência. Graças, principalmente, ao bom desempenho do conjunto mecânico e ao espaço interno. Mas, ele não é o modelo ideal para famílias que precisam de mais espaço no porta-malas, nem para quem preza por mais refinamento na cabine.

[Imagem: t-cross.jpg]


Ficha técnica

Motor: Dianteiro, transversal, 4 cil. em linha, 1.4, 16V, comando duplo, injeção direta, flex

Potência: 150 cv a 4.500 rpm

Torque: 25,5 kgfm a 1.500 rpm

Câmbio: Automático de 6 marchas, tração dianteira

Direção: Elétrica

Suspensão: Indep. McPherson (diant.) e eixo de torção (tras.)

Freios: Discos ventilados (diant.) e discos sólidos (tras.)

Pneus: 205/55 R17

Dimensões
Compr.: 4,19 m
Largura: 1,75 m
Altura: 1,56 m
Entre-eixos: 2,65 m

Tanque: 52 litros

Porta-malas: 373 litros (fabricante)

Peso: 1.292 kg

0 a 100 km/h: 8,7 segundos (fabricante)

Consumo com etanol: 7,7 km/l (cidade)/9,3 km/l (estrada)

Consumo com gasolina: 11 km/l (cidade)/13,2 km/l (estrada)

Fonte: Auto Esporte